Por Carla Dias
Aprecio quando a música e a poesia se encontram. Aprendi a palavra escutando música saída do rádio de minha avó. As primeiras rimas, entendi assim: sonoras. Entrei na vida da poesia, ela se esparramou na minha. Embarquei na jornada da música, e, mesmo nem sempre tocando um instrumento, não vivo sem.
Não há como deixar de falar sobre este livro sem mencionar minha conexão com os feitos de Kleber Albuquerque, artista que me fisgou com sua poesia e com sua música, pessoa que aprendi a admirar e de quem tive a boa sorte de me tornar amiga. Olhar mais de perto o acontecer de suas canções inspiraram muitas histórias que habitam meus livros, pois meus personagens adoram trilha sonora. Do mesmo modo, também mora no meu afeto por ele e por suas obras a gratidão.
Finalmente, posso ver estampados em páginas de um livro os poemas que conheci canções. E quem acompanha a carreira de Kleber sabe que, na sua criação, a palavra vem carregando significado. Mesmo quando versa sobre a simplicidade, que enxerga até mesmo diante da complexidade, destaca, com naturalidade, a importância daquela história, do acontecido, da emoção, da pessoa.
Espero que vocês encontrem em Eu não sei falar de amor o que encontrei. Há poesia em sua música, melhor, é poesia a música de Kleber Albuquerque. Esta coletânea de poemas despidos de som cabe no ritmo da leitura.
