Não tem como falar desse livro sem contar como a minha história se cruza com a dele. O ano era 2001. Eu era recém-formada em Publicidade, sem a menor vontade de exercer a profissão. Tudo que eu queria era passar a vida colocando no papel tudo que eu vivia, sentia e pensava. E foi aí que me deparei com um site com crônicas de pessoas que também pareciam viver, sentir e pensar por escrito, como eu. Passei dias lendo todos aqueles textos, desejando que os meus estivessem ali também... Foi quando descobri que uma vez por semana convidados também eram publicados. Entrei em contato e comecei a mandar de vez em quando algum dos escritos que eu guardava no fundo da gaveta. Minha vontade era de enviar toda semana, mas tinha receio de que se cansassem de mim, que dissessem que não era bem assim, que convidados podiam escrever apenas de vez em quando. Na verdade, eu esperava que fossem me dizer exatamente isso quando recebi um e-mail do Crônica do Dia, o site em questão. Abri meio apreensiva, mas para minha completa surpresa era um convite para me tornar cronista fixa. Respondi imediatamente dizendo que aceitava e então às terças-feiras eu tinha o maior orgulho de abrir a página inicial do Crônica e ver o meu texto em destaque!
Tanto tempo se passou e ainda hoje eu me orgulho ao dizer nas entrevistas que comecei ali, que foi o primeiro lugar onde publiquei meus esboços (vários sobre rupturas), onde ganhei meus primeiros leitores. Por isso, quando recebi o convite para ler em primeira mão esse livro dos atuais cronistas - alguns inclusive que estão desde o comecinho e com os quais eu tive o privilégio de compartilhar o espaço -, fiquei muito feliz e mais ainda durante a leitura. Os textos são todos inéditos e cada um deles nos leva para dentro das histórias que ali são contadas. O leitor é convidado a refletir e a apreciar a beleza dessas histórias, por meio das palavras habilidosamente colocadas no papel. Vivenciamos as emoções dos diferentes estilos de escrita e tenho certeza de que todos irão gostar.
Como bem escreveu um dos cronistas: “Cru ou rebuscado, simples ou elaborado, comedido ou exagerado. Cabe todo mundo na festa, sem brigar.”
Esse livro é assim. Desse mesmo material contrastante de que é feita a vida.
Boa leitura!